Durante décadas, “fazer carreira” significava seguir uma escada previsível: entrar em uma empresa, crescer em responsabilidade, conquistar cargos mais altos, colher estabilidade e reconhecimento. Esse modelo moldou as gerações Baby Boomers e X, e foi por muito tempo a régua de sucesso profissional.
Mas… será que ainda faz sentido para Millennials e Gen Z?
Da escada ao mosaico
Hoje, a ideia de carreira linear perdeu espaço para um modelo mais fluido.
Para os mais jovens, a trajetória se parece menos com uma escada e mais com um mosaico de experiências:
- Projetos diferentes,
- Mudanças de empresas ou setores,
- Períodos empreendendo ou trabalhando de forma independente,
- Experiências internacionais ou sabáticos.
O objetivo não é apenas subir, mas construir repertório e identidade.
O que mudou no sentido de carreira?
- Propósito e impacto: trabalhar apenas por salário ou status já não basta. As novas gerações buscam contribuir com causas maiores — sustentabilidade, inclusão, inovação.
- Autonomia e liberdade: o valor da flexibilidade, do híbrido, do remoto e até da gig economy é muito alto. O trabalho não é a vida, é parte dela.
- Aprendizado contínuo: a lógica é de lifelong learning. Não existe mais “formação concluída”: existe adaptação permanente.
- Experiência sobre título: em vez de fidelidade a uma empresa, valorizam acumular competências que os tornem versáteis.
O que permanece universal
Apesar das mudanças de forma, alguns elementos são imutáveis:
- Reconhecimento: todos querem ser vistos e valorizados.
- Segurança mínima: mesmo com flexibilidade, ninguém abre mão de estabilidade financeira e emocional básica.
- Narrativa de identidade: cada geração precisa sentir que sua trajetória “faz sentido”, seja em uma multinacional, em uma startup ou num caminho independente.
O papel da liderança
Líderes e organizações que ainda operam com a lógica da “carreira escada” correm o risco de perder talentos. Atrair e engajar jovens exige:
- Oferecer projetos significativos;
- Garantir ambientes de aprendizagem constante;
- Permitir autonomia real;
- Construir propósitos compartilhados, que unam a empresa às causas que importam.
Conclusão
A carreira não morreu, ela apenas mudou de forma. Deixou de ser sinônimo de estabilidade linear e passou a ser uma jornada de aprendizado, identidade e impacto.
O desafio para líderes é aprender a navegar esse novo cenário, inspirando e desenvolvendo pessoas que não querem apenas subir na escada, mas trilhar caminhos que tenham sentido.

